Encontrada no livro de poesia mais antigo do Japão, Ayu no Kaze é uma frase de marinheiro que significa “o vento da promessa”. Assim como a antiga palavra “ayu” significa “o mar traz várias coisas para a terra”, a frase também se espalhou pelas ilhas do Japão, permeando a vida das pessoas comuns, em canções folclóricas cantadas por pescadores, comerciantes, viajantes e imigrantes.

Depois de se mudar para os EUA, Shimazaki voltou ao Japão várias vezes para visitar sua terra natal. Optando por trabalhar sozinha no início da manhã, percorrendo o norte, o centro e o litoral do Japão, quase nenhuma pessoa habita suas fotografias do campo no verão e no inverno.

Sozinha em meio a um sol ameno e nevascas ferozes, suas imagens são uma exploração de uma terra deixada para trás. Um diário de anseio e serenidade, o olhar de Shimazaki alude poeticamente às transições da vida que são ao mesmo tempo íntimas e profundamente universais. As fotografias são suaves, desmentindo a magnitude dos elementos, tanto internos quanto externos, que atravessam as paisagens e suas lentes – como ela diz: “independentemente das mudanças em nossas vidas e cultura, Ayu no Kaze retorna todos os anos. Ele me fala da eternidade”.